Planejada para ser lançada em 2018, a DDR5 só chegou, de fato, ao mercado convencional no ano passado. Sendo, atualmente, mais cara que o padrão DDR4, ela oferece frequências mais altas, maior capacidade de memória e também menor consumo de energia. Mas será que a memória DDR5 vale a pena no momento atual? E quais são as principais diferenças entre os dois padrões de memória RAM? Iremos responder a essas e outas perguntas a seguir. Confira!

O que é memória RAM e como ela funciona?

A memória RAM (sigla em inglês para Memória de Acesso Aleatório) é um espaço de armazenamento temporário presente em dispositivos como PCs, notebooks, smartphones, tablets e consoles. Ela é usada para armazenar dados que estão sendo processados naquele exato instante pela sua máquina, ou seja, sua principal função é armazenar os dados necessários para uso imediato. Tudo que está em execução no seu computador ou smartphone, como um navegador de internet ou um aplicativo, depende da RAM para funcionar da forma mais eficiente possível. A capacidade da memória é medida pelo fluxo de bits suportados nas operações, representada pela quantidade de megabites ou gigabites exibida nas configurações do dispositivo. Gradualmente, os programas se tornaram mais pesados e, com isso, passaram a exigir espaços maiores no sistema. A título de curiosidade, caso não tivéssemos a memória RAM para auxiliar, seria necessário ir buscar essas informações diretamente no disco rígido do computador, que é muito mais lento que a RAM. A memória RAM possui milhões de transistores e capacitores, assemelhando-se a um micro-processador. Quando os capacitores, que armazenam elétrons, estão carregados, o sistema consegue ler o código binário de zeros e uns. Cada leitura representa um bit de informação. Assim, a quantidade de megabites ou gigabites se relaciona diretamente com a capacidade de processamento de dados. Dessa forma, é possível afirmar que a RAM está diretamente relacionada à rapidez de sua máquina. Quanto mais RAM ela tiver, mais agilmente executará suas tarefas. Mas atenção: nem tudo está relacionado à capacidade medida em gigabites (GB). A capacidade de processamento do hardware também está relacionada à sua largura e velocidade de barramento, um conjunto de “fios” que fazem a conexão do hardware com outros componentes da máquina. Enquanto a largura refere-se ao número de bits que podem ser enviados ao processador de maneira simultânea, a velocidade (comumente chamada frequência ou clock) relaciona-se ao número de vezes que esses dados são encaminhados a cada segundo. Uma memória RAM de 100MHz e 32bits, por exemplo, é capaz de enviar 32 bits de dados 100 milhões de vezes por segundo.

O padrão DDR

O padrão DDR (Double Data Rate) substituiu as tradicionais memórias SDR SDRAM, muito conhecidas também como memórias SDRAM ou memórias DIMM. Seu surgimento se deu da necessidade de aumentar a capacidade de processamento que ficava comprometida com as SDRAM, visto que processadores mais potentes eram lançados e o padrão não conseguia acompanhar a evolução, causando “gargalos” nas máquinas. Apesar de ter sido um grande salto, foi somente com o lançamento das memórias DDR Dual-Channel que ela se tornou efetivamente a melhor opção disponível. O Pentium 4 foi um dos primeiros chips a evidenciar a necessidade de memórias que conseguissem operar com o dobro da frequência. Foi mais ou menos no início dos anos 2000 que surgiu o DDR. Muita gente acabou chamando elas apenas de DIMM, pois eram a principal característica que as diferenciava das antigas memórias (que tinha chips apenas em um lado). Na época, essas memórias tinham 184 contatos metálicos. As memórias DDR trazem muitas semelhanças em comparação a sua irmã mais velha. Ambas trabalham de maneira sincronizada com o processador, evitando os problemas de atraso existentes em tecnologias anteriores. No entanto, o grande trunfo está em sua capacidade de realizar o dobro de operações por ciclo de clock, em poucas palavras, a velocidade com a qual o processador solicita operações. Dessa forma, enquanto uma memória SDR SDRAM PC-100 trabalha a 100 MHz, por exemplo, um módulo DDR com a mesma frequência faz com que esta corresponda ao dobro, isto é, a 200 MHz.

O que considerar na hora de comprar?

Assim como com qualquer outro produto, na hora de comprar um novo pente de memória RAM para a sua máquina, é preciso considerar o seu perfil de uso. Se você é o usuário que utiliza o dispositivo para tarefas mais simples e que não necessita de uma configuração tão robusta, uma opção de 8 GB é mais que suficiente. Inclusive, essa quantidade é a mínima para quem deseja ter uma boa experiência, sem engasgos e dores de cabeça nos dias atuais. Opções com 4 GB de RAM também estão disponíveis, no entanto, elas tornaram-se defasadas até mesmo para usos mais simples. Agora, caso você utilize programas mais pesados, como editores de imagens e vídeos ou costuma jogar em seu computador, será necessário investir em um hardware de, no mínimo, 16 GB. Essa quantidade será suficiente para rodar os principais programas e jogos sem preocupação. Se quiser ir além, poderá incluir mais um pente de 16 GB na máquina, totalizando 32 GB de memória. Mas antes de fazer isso, lembre-se de considerar a geração do modelo e sua compatibilidade com o sistema, que poderá limitar a taxa de transferência. De modo geral, é preciso se atentar a três fatores principais na hora de comprar uma memória RAM. São eles:

Capacidade: medida em gigabites (GB) e indica quantos arquivos o modelo pode armazenar em simultâneo;Clock de memória ou frequência: medido em megahertz (MHz), se refere à velocidade de processamento dos dados;DDR: indica a geração da placa de memória RAM.

As principais diferenças entre DDR4 e DDR5

A velocidade da SDRAM é geralmente medida em taxa de dados e taxa de clock. No caso da taxa de dados, a medição é feita por mega transferências por segundo (MT/s). No entanto, essas informações não são tão conhecidas do público consumidor, sendo mais comum utilizar informações como “DDR4-3200 MHz”, sendo a convenção de nomenclatura padrão. Por esse motivo, a medição de MHz tornou-se, ainda que informalmente, uma das características principais a ser avaliada na hora da compra. As taxas de clock no padrão DDR4 geralmente variam entre 2400 MHz e 3200 MHz. Já as taxas de dados no DDR5 operam na faixa de 4.800 MHz a 8.400 MHz. Outro grande diferencial do DDR5 em relação ao padrão mais antigo está relacionado à capacidade com um único pente. Enquanto o DDR4 permite unidades de no máximo 16 GB de capacidade, a tecnologia mais recente nos apresenta pentes únicos com até 64 GB. A economia de energia também é uma grande vantagem das memórias DDR5 em relação às DDR4. Veja abaixo mais detalhes, tópico a tópico.

Taxa de dados e frequência de clock

Como dito anteriormente, a memória RAM consegue carregar o dobro da informação em cada ciclo de clock do que o padrão mais antigo. Como resultado, embora a taxa de transferência efetiva do DDR3-2000, por exemplo, seja de 2.000 Gbps, sua frequência de clock real seria de 1.000 MHz. Já no caso da memória DDR4, a taxa de dados padrão varia entre 1600 e 3200 Gbps e, para DDR5, entre 4800 e 6400 Gbps (ou seja, o dobro). Na imagem abaixo, é possível notar a superioridade do padrão mais recente em relação ao DDR4.

Tempos e latência da memória

O DDR5 tem, aproximadamente, a mesma latência do DDR4, mesmo com as melhorias tecnológicas incorporadas ao novo padrão. No entanto, a expectativa é que, com o passar do tempo, o novo padrão ganhe avanços em relação ao seu antecessor, já que ajustes poderão ser feitos. Os tempos de memória são, inclusive, uma métrica importante. São eles os responsáveis por indicar o número de ciclos de clock necessários para a memória recuperar dados. Historicamente, os primeiros chips DDR4, apesar de terem velocidades de clock e tamanho de memória mais altos do que seus predecessores DDR3, na verdade, se mostraram mais lentos no lançamento devido a tempos substancialmente mais altos. Os fabricantes levaram algum tempo para refinar a tecnologia a ponto de superar a geração anterior. E é exatamente isso que deve acontecer com o novo padrão de memórias no futuro.

Capacidade de memória DDR5

O potencial de capacidade do novo padrão de memórias DDR5 pode chegar a até 4x mais se comparado com a tecnologia antecessora. Há opções de até 64 GB por pente e placas mães que suportam até 8 delas, o que significa um sistema com 512 GB, o que é uma quantidade absurda de memória. Apesar de parecer um exagero, futuramente os 16 GB atuais tornar-se-ão o que os pentes de 8 GB já são: defasados.

E então, DDR5 vale a pena mesmo?

Embora os benefícios do DDR5 sejam empolgantes, a realidade é que não veremos os PCs começarem a desbloquear totalmente o seu potencial até o primeiro semestre de 2023. O DDR4, padrão mais utilizado hoje em dia, foi lançado em 2014 e ainda assim vemos algumas máquinas de jogos usando DDR3, e acredite você ou não, o terceiro padrão de memórias DDR ainda se sai muito bem a depender do uso. No momento em que o DDR4 foi lançado, não vimos muita diferença de desempenho em relação ao seu antecessor, e esse foi o caso por vários anos. Da mesma forma, é improvável que o DDR5 seja difundido na maioria dos computadores até o início de 2024 e, com isso, podemos esperar que o DDR4 ainda seja uma grande fatia do mercado até o final de 2023. Outro fator a ser considerado é o seu preço. Um pente de memória DDR5 consegue ser até 5x mais caro que o padrão mais antigo. E, como dito anteriormente, ainda não há nada que justifique pagar tão mais caro pela novidade. Se você acabar comprando uma CPU Intel ou AMD compatível com DDR5 de última geração, a RAM DDR5 pode valer a pena, no entanto, é preciso colocar na ponta do lápis se o negócio, de fato, é válido. Por último, é importante salientar que o padrão DDR5 aumentará o potencial que os computadores, em geral, podem alcançar. Mas até que os outros componentes se desenvolvam a um nível que possa realmente atender a isso, um upgrade para o DDR5 provavelmente será inútil. Com isso, nosso conselho é que você espere pelo menos até o final do próximo ano, quando provavelmente a nova tecnologia estará mais acessível e também com um custo-benefício aceitável.

Veja também:

REVIEW: i7-12700K volta a colocar a Intel no topo. Fontes: Tom’s Hardware, PC Mag.

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