A Lenovo deu seus primeiros passos em Pequim (China), no ano de 1984. A empresa contava com apenas onze engenheiros, sendo Liu Chuanzhi o fundador, além de membro da Academia de Ciência da China.
A companhia, que iniciou com importação de televisores e produção de relógios, atualmente está presente em mais de 160 países, incluindo o Brasil. A Lenovo trabalha hoje com notebooks, desktops, smartphones, data center (“Centro de processamento de dados”, em tradução livre) e dispositivos inteligentes. Atualmente, é a segunda maior fabricante de smartphones na América Latina – inclusive, ela comprou a Motorola do Google em 2014.
Confira a seguir a nossa imersão na Lenovo Monterrey, no México.
Lenovo em Monterrey, no México
Conhecida como a “Cidade das Montanhas”, Monterrey é uma cidade mexicana com cerca de 1,1 milhão de habitantes. O município no norte do México possui rodovias que fazem fronteira com os Estados Unidos. Não à toa, por motivos estratégicos, a Lenovo escolheu a região para montar uma fábrica. Cerca de 85% dos produtos podem ser transportados aos seus destinos finais por terra. Inaugurada em 2008, a Lenovo Monterrey produz apenas por ordem de compra. Já são mais 15 milhões de notebooks fabricados desde a inauguração da planta. No local, eles trabalham com equipamentos personalizados, encomendados diretamente por clientes. A planta tem 263 mil metros quadrados e gera anualmente entre 100 a 600 mil empregos. A cada três meses, são gerados 750 mil dólares para a cidade. Segundo a Lenovo, a produção na fábrica mexicana consegue atender a América Latina e México (15%), o Canadá (5%) e os Estados Unidos, que recebe 80% dos equipamentos fabricados. A Intel explica que lá produz sete milhões de notebooks para os três mercados. No futuro, a expectativa é elevar esse número a nove milhões de unidades.
Produção: áreas e tecnologias
Em Monterrey, a Lenovo fabrica suas máquinas mais conhecidas do mercado. Estamos falando da linha Lenovo Think: Thinkpad, ThinkCentre, Thinkstation e ThinkServer. Para atender seus mercados, a planta produz PCs para escritório, estações de trabalho, tablets, notebooks, servidores, racks, switches e All-in-Ones (“Tudo em um”, em tradução livre). A capacidade de produção de servidores é de 400 mil unidades a cada ano. Futuramente, espera-se que as novas linhas sejam fabricadas em Monterrey. A Lenovo diz em 50% da marca Think e 50% da Idea. Com isso, a empresa pode gerar mais 800 vagas de emprego. Na unidade, eles trabalham com duas linhas de produção: a primeira é a Streamlining, que consiste em um processo mais automático, deixado a grandes lotes de produtos; já a segunda, chamada de Cell line, constitui-se como um processo manual, no qual é feito por células de produção para menores quantidades, além de produtos especializados.
Teste de produtos e protocolo de qualidade
O teste de produtos é outro ponto que a Lenovo destaca em sua estrutura mexicana. A planta segue um protocolo de qualidade que recebe o nome de “Lean Manufacturing”. Esse recurso divide espaço fabril ordenada, do início ao encerramento da produção. Ao Showmetech, Heron Ramos, gerente geral da fábrica de notebook, revelou que, ao desenvolver uma linha de produção nova, as primeiras 24 unidades são submetidas a testes. Segundo a Lenovo, para cada milhão de produtos produzidos, apenas 30 unidades apresentam falhas em Monterrey. Eles passam por um processo chamado de Lenovo Early Life Performance Lab, no qual são realizados testes de temperatura, queda, vibração e umidade. Antes de iniciar sua produção, esses produtos não podem apresentar defeito durante a avaliação no Early Life Performance Lab.
Lenovo no Brasil
Das 23 fábricas no mundo, o empreendimento de Monterrey é o terceiro maior, assim como da região. No Brasil, a Lenovo conta com uma fábrica em Indaiatuba, no interior de São Paulo. A unidade paulista segue os moldes de Monterrey. Além disso, pela primeira vez, a equipe de Indaiatuba não foi treinada pelo time chinês da marca e sim por latino-americanos. A fábrica brasileira tem mostrado cada vez mais potencial, avançando na automatização e a a Lenovo diz que o Brasil já está compartilhando novas tecnologias de automação para outros países. Para ampliar sua atuação no mercado brasileiro, em 2012, a Lenovo adquiriu a brasileira CCE (Comércio de Componentes Eletrônicos) por cerca de R$ 300 milhões. Em 2015, porém, a chinesa devolveu a CCE para os antigos donos: a família Sverner. Atualmente a empresa também marca presença no país através da Motorola. O que achou da nossa imersão em um dos maiores empreedimentos da Lenovo no mundo? Deixe sua opinião aqui nos comentários! O autor viajou a convite da Intel.