Destaques e design
Tendo um design simples e que vai direto ao ponto, o Nokia 5.3 conta com bordas arredondadas, tanto na moldura como no notch em formato de gota, uma opção curiosa se comparada ao habitual recorte na tela para a câmera frontal. Por sinal, ele possui um display IPS LCD de 6.55 polegadas, com resolução HD+, de 900 por 1600 pixels. Na parte de baixo da tela, notamos uma espessura um pouco maior do acabamento, com o evidente logo da Nokia acima da entrada USB-C. À direita do conector, temos o speaker. Somente no topo do dispositivo vemos a conexão para fones de ouvido (acompanhados na embalagem), uma escolha de design que pode estranhar quem pegá-lo pela primeira vez. É inegável que o Nokia 5.3 conta com um acabamento refinado nos mínimos detalhes, além do chamativo módulo circular de câmeras na traseira. Do lado direito do celular, temos um botão de desbloqueio (com LED para notificações) e, no lado oposto, o botão do Google Assistente. Este segundo é particularmente um ponto fraco, por não ser remapeado para servir como outro atalho – problema recorrente de smartphones recém-lançados também. Por dentro, temos todo o poder do processador Snapdragon 665 (oito núcleos) e 4GB de RAM, capazes de suportar apps exigentes e de multitasking de forma razoável. O aparelho também tem 128 GB de armazenamento, uma capacidade justa nos tempos de hoje. Uma ótima adição foi a capinha protetora no pacote do produto, junto dos fones, cabo USB-C e adaptador.
Tela e áudio
O display de 6.55 com resolução HD+ tem proporção 20:9, comportando muito bem as necessidades de uso para navegar em redes sociais (vertical) e assistir vídeos e séries (horizontal). Na totalidade, notei a tela bem brilhante, sem apresentar problemas em uso externo, sob o sol. Quem tem costume de usar um smartphone sem notch ou com o padrão de corte reto, sem furo para a câmera, vai demorar um pouco a se acostumar ao design de gota na parte superior, mas nada que incomode a longo prazo. Aqui é inevitável falar sobre interface e navegação também. O smartphone traz uma versão bem inalterada do sistema operacional Android, com navegação baseada em gestos simples e ágeis. De fábrica, o Nokia 5.3 vem somente com aplicativos do Google pré-instalados, o que foi ótimo (por não precisar desinstalar manualmente os adicionais indesejados). Como o celular faz parte do programa de atualizações para Android por mais dois anos, ele em breve deverá ser atualizado para Android 11. A resolução HD+ proporciona imagens ricas em detalhes, porém, é inegável que Full HD (1920×1080) ou Full HD+ (2220×1080) são padrões ideais ao tratarmos de um smartphone intermediário. Quem adquire um celular desta classe pode buscar por um pacote completo que se aproxime de uma experiência premium, então um olhar mais atento vai notar a diferença de qualidade da tela. Nisso, o Nokia 5.3 deixa um pouco a desejar. Falando sobre o áudio, o speaker localizado na parte de baixo tem potência aceitável e mostra distorções quando colocado no máximo, algo previsível em dispositivos básicos/intermediários. Para compreender diálogos (a quem assiste séries/vídeos no celular), o alto-falante do Nokia 5.3 se dá bem, pois tem destaque em tons agudos. Músicas pop e rocks populares não surpreendem, nem desapontam. Os fones de ouvido que acompanham-no são uma boa saída, ainda que se aproximem de fones inclusos em modelos básicos de smartphones.
Câmeras
Quem vê a traseira do Nokia 5.3 pode entender o principal destaque de design do produto: seu conjunto bem distribuído de quatro sensores. O módulo é composto por uma lente principal wide de 13 MP, uma 5 MP ultrawide (grande-angular), a lente macro de 2 MP e uma para desfoque de fundo de 2 MP; na frente temos uma câmera de 8 MP. Um destaque do aparelho é a opção de gravar vídeos em 4K (wide) com 30 quadros por segundo – a grande-angular captura em 720p. Nos testes, a grande-angular pareceu “estourar” mais e ter muito menos consistência e nitidez do que a lente principal. Outro ponto importante do celular é trazer a opção HDR para todas as opções de captura. Além de aplicar perfis inteligentes de cor, na principal eu também notei uma saturação um pouco melhor em diversos cenários e iluminações do ambiente. Seja contra a luz (do sol) ou em ambientes de iluminação média (luz artificial), os ajustes automáticos quase sempre encontraram um resultado excelente. Para mostrar os erros e acertos, deixo ambas as galerias abaixo mostrarem os resultados das melhores fotos tiradas. A terceira imagem da sequência mostra o zoom da câmera principal, que se comportou como esperado nas duas vezes. Já a última imagem trata de um diferencial do aparelho: o modo noturno. Disponível tanto na câmera principal como na grande-angular, o sistema dá um aviso de “manter estabilidade do aparelho”, realizando a captura e o pós-processamento. O resultado da captura no modo noturno, em particular, não agradou tanto, mesmo que eu tenha feito diversas tentativas – e aqui coloquei as melhores das duas câmeras. A olho nu, o céu das 22 horas estava levemente alaranjado (mais próximo da imagem tirada pela principal), mas a escuridão era absoluta. Então até na grande-angular, sem muito foco, pelo menos a foto capturada foi melhor que “na realidade”. Ainda na comparação da principal para as outras, precisei conferir a proximidade entre ela e a macro. Sendo uma lente dedicada para fotos de detalhes, ela requer um “jeitinho” até pegar a distância ideal para fotografar. Mesmo assim, novamente a 3,61 mm se mostrou eficiente em cenas ao ar livre e em objetos próximos ao Nokia 5.3, como um bolo e um controle de Xbox. Como pôde ser visto, as fotos foram bem similares. Mesmo que a macro consiga capturar estando a poucos centímetros de distância, em muitas ocasiões ela teve menos definição que a principal. Por experiência própria, essa disparidade acaba sendo comum não somente neste modelo, mas em muito básicos e intermediários de concorrentes – até de uma dupla testada por mim aqui no Showmetech. Uma conclusão simples: a lente principal é bastante versátil e faz uma dupla de peso com a grande-angular, enquanto a macro é completamente dispensável.
Performance
O Nokia 5.3 conta com um processador Snapdragon 665, capaz de suportar bem multitarefas de diversos tipos. Em uso do dia-a-dia, não percebi engasgos de desempenho nenhuma vez ao trocar de aplicativos. Ao testar a qualidade do microfone, notei que não havia nem mesmo um app de gravador de voz – por sinal, o microfone é razoável. Portanto, quem utilizá-lo para trabalho e/ou chamadas de voz, vai ficar satisfeito. Jogos de tiro, como Call Of Duty Mobile, são uma febre dentre “mobile-gamers” cuja performance mereceu ser testada no Nokia 5.3. Com gráficos básicos, o CoD rodou sem problemas, com queda de frames sendo bastante raras. Relembro que ele traz os jogos em resolução HD, o que também é um equilíbrio justo com texturas e animações de jogos mais complexos – resolução menor é um bom sacrifício ao ganharmos melhor fluidez.
Sendo um jogo que tomou mais de 9000 MB de armazenamento (do total de 128GB), Genshin Impact rodou bem no aparelho, com gráficos no médio. Ao “forçar a barra”, vemos uma queda de frames brusca e congelamentos nas transições de cenas. Nos dois casos, o celular esquentou consideravelmente (outro ponto previsto ao realizar o teste). Então, quem é um hard mobile gamer terá experiências básicas e médias no Nokia, passando longe do que seria uma gameplay de alto nível.
Bateria e conectividade
A bateria do Nokia 5.3 tem capacidade de 4.000 mAh, o que, para mim, durou uma média de 20 horas com o display ligado. Então, para fazer os testes de performance citados acima, jogando, vendo vídeos e também ouvindo músicas, consegui utilizá-lo por um dia inteiro. À noite, ela costumou chegar na casa dos 20%. No modo de economia, passando a maior parte do tempo em ambiente interno (ou seja, baixo brilho da tela), ela durou pouco mais de um dia e meio. Como referência para gamers de plantão, em meia hora de jogatina de Genshin Impact com brilho quase no máximo, houve queda de 8% da bateria – a atividade testada que mais consumiu a bateria do Nokia 5.3. Em uma conta rápida, após algumas horas de jogo em qualidade gráfica mais “sóbria” e com brilho médio, o celular aguenta cerca de 7 horas de gameplay rodando jogos tridimensionais, até zerar a bateria. Pela baixa potência do carregador incluso (10W), a carga completa demorou mais de 3 horas, o que não é nem um pouco equiparável aos fast chargers de gadgets atuais. Uma atenção extra fica para o indicador de LED no botão de bloqueio de tela ao carregar a bateria. Em outras conexões que merecem ser citadas, temos o Wi-Fi 5GHz e a tecnologia NFC, ausente em muitos intermediários e atuando como prometido aqui neste smartphone.
Conclusão
Se você busca por um smartphone que te entregue um pouco além do “arroz e feijão”, o Nokia 5.3 é a pedida certa. O celular traz o que é prometido, surpreende em certos aspectos (como gravar vídeos em 4K e dar conta de rodar jogos 3D em setup médio) e decepciona em outros (como design e a atualização do sistema Android a longo prazo). De maneira equilibrada, não é de se esperar tanto daquele que, lembrando, é o primeiro intermediário da Nokia desde a nova abordagem adotada pela empresa. Ele com certeza é ideal para quem quer dar “mais uma chance” à Nokia de quem adquiriu o modelo 2.3 na época e, hoje, busca por uma atualização digna. E aí, o que achou do Nokia 5.3? Conte para a gente nos comentários abaixo!