O Showmetech testou o Amazfit GTS 3 e traz para você, leitor, as impressões sobre o relógio inteligente da Amazfit, confira.
Design
O Amazfit GTS 3, à primeira vista, pode ser facilmente confundido com o Apple Watch – inclusive perguntaram mais de uma vez se era este modelo – devido ao seu formato retangular com bordas arredondadas, semelhante ao relógio inteligente da Apple. Mas ao chegar perto, notamos as diferenças entre os dois modelos. O smartwatch da Amazfit possui caixa em alumínio, com espessura em impressionantes 8,8 mm, mais fino que o Galaxy Watch4 (9,8 mm) e o próprio Apple Watch 7 (10,7 mm). Medindo 42,4×36 mm (AxL) e pesando 24,4 gramas, quem está acostumado com outros smartwatches (principalmente os que são feitos em aço) vai sentir que o GTS 3 é muito leve, com peso pouco perceptível no uso diário. Na lateral direita, há um botão em posição centralizada. Ao apertá-lo, você liga a tela e acessa o menu do relógio, e ao girá-lo você navega pelos menus da interface – que também são navegáveis através de toque. Na parte inferior do relógio encontramos o sensor de frequência cardíaca e oxigênio no sangue, em posição centralizada, e os contatos para carregar a bateria – cujo carregador possui encaixe magnético que acopla apenas na posição correta. Aqui, não há carregamento por indução, o que reduz o custo do relógio. As pulseiras possuem engate rápido para troca. A tela do Amazfit GTS 3 é do tipo AMOLED, com tamanho de 1,75 polegadas e resolução de 390×450 pixels, com densidade de 331 ppp (pixels por polegada) e até 1000 nits de brilho. É possível manter o relógio no modo Always-on display escolhendo uma das muitas watch faces disponíveis, podendo ser habilitado o tempo todo ou por agendamento – ninguém quer dormir com a luz do relógio acesa, afinal de contas. O smartwatch da Amazfit possui resistência a água até 50 metros de profundidade, sendo possível praticar esportes aquáticos com ele – falaremos mais adiante. A pulseira de silicone tem 20mm de largura, e sua espessura é mais fina do que vemos em outros relógios, combinando com o perfil esbelto do relógio. O Amazfit GTS 3 pode vir nas cores Preto grafite, Rosa terra (a cor da unidade testada) e Branco marfim, todas elas com a pulseira combinando.
Recursos e performance
Se você possui um smartphone Android ou um iPhone, pouco importa: o Amazfit GTS 3 é compatível com ambos os sistemas operacionais. O relógio vem com o sistema operacional Zepp OS embarcado, um sistema proprietário dos smartwatches da Amazfit. A compatibilidade com smartphones ocorre através do aplicativo Zepp para Android e iOS. Para iniciar a configuração, é necessário que o aplicativo Zepp já esteja instalado no smartphone. Assim que ligado pela primeira vez, o relógio vai exibir um QR Code na tela, que deve ser lido pelo app no smartphone. Assim que for aceito o pedido de vinculação com o celular, a configuração continua por mais alguns instantes e o relógio estará pronto para ser utilizado. O Zepp OS tem uma interface limpa e leve, com transições de tela sem engasgos, e traz recursos esperados em smartwatches: previsão do tempo, agenda de compromissos, alarmes, controle de mídia do celular, disparador de fotografias da câmera do celular, notificações de aplicativos e, claro, monitoramento de saúde e atividades físicas – que falaremos mais à frente. O relógio usa bluetooth 5.1 BLE para parear com o smartphone, e apenas isso: não há suporte a fones de ouvido. E nem há motivo, visto que o relógio não oferece suporte a chamadas telefônicas, armazenamento de músicas ou aplicativos de streaming – mas há um controle de mídia que esteja sendo tocada no smartphone. Conexão wi-fi e LTE/4G? Nem pensar, o relógio se comunica apenas com o smartphone pareado por bluetooth. Para posicionamento, há sensores GPS, GLONASS, Galileo, BDS e QZSS. Outros sensores do GTS 3 incluem: acelerômetro, giroscópio, altímetro barométrico, bússola e sensor de luz ambiente. E quando falamos sobre aplicativos, não espere nada próximo do que há disponível para o Wear OS e watchOS. A loja de aplicativos do Zepp OS oferece muitos mostradores e alguns poucos complementos para o relógio, como um lembrete para tomar água e um aplicativo para escovar os dentes. Não há aplicativos de outros desenvolvedores, limitando as funcionalidades do relógio àquilo que ele faz muito bem: monitoramento de saúde e atividades físicas.
Monitoramento de saúde
É aqui que o Amazfit GTS 3 se destaca, e mostra ser uma opção mais completa que as smartbands e mais barata que os smartwacthes mais robustos. Pode não possuir recursos como leitura de composição corporal e monitoramento de pressão arterial, mas francamente, não fazem falta. O sensor biométrico PPG BioTracker 3.0 permite fazer medições de frequência cardíaca e oxigênio no sangue (SpO2), seja realizando esportes, atividades cotidianas, em repouso ou mesmo dormindo. Com os demais sensores que rastreiam o movimento, o Amazfit GTS 3 é capaz de monitorar os mais diversos aspectos de cada esporte que você esteja realizando – ou simplesmente fazer a contagem de passos de uma caminhada. O relógio possui um recurso que faz uma medição rápida de frequência cardíaca, saturação de oxigênio no sangue, nível de estresse e respiração com apenas um toque, dando o resultado em apenas 45 segundos. Com o monitoramento 24 horas das atividades, você recebe pontos no PAI – Personal Activity Intelligence (Inteligência de Atividade Pessoal, em tradução livre) –, que considera variáveis como idade, gênero e nível de atividade diário para calcular um score. Quanto maior a pontuação, melhores estão sendo seus cuidados com saúde, baseados em atividade física. Falando em atividade física, fizemos o monitoramento de ciclismo e natação em piscina para testar o Amazfit GTS 3. Para o ciclismo, o relógio demorou alguns longos segundos para buscar os satélites de GPS, mas logo em seguida estava pronto para uso. Após a pedalada, é possível conferir um breve resumo da atividade física no relógio, mas é no aplicativo Zepp no smartphone que podemos ter uma análise completa do trajeto. Como esperado, o relatório aponta:
Mapa com o percurso;Gráfico de variação de velocidade;Gráfico de monitoramento de frequência cardíaca;Zonas de frequência cardíaca alcançadas no treino;Gráfico de variação de elevação;Distribuição de inclinação no trajeto;Efeito aeróbico e anaeróbico do treino;Registros parciais de velocidade, tempo e frequência cardíaca por volta.
Para os atletas que gostam de acompanhar a evolução de seus treinos, o monitoramento de atividades físicas cai muitíssimo bem. Ao utilizar para o treino de natação, o Amazfit GTS 3 trouxe o mesmo nível de informação que obtenho no Galaxy Watch4, como ritmo médio, estilos, quantidades de braçadas e voltas percorridas. Importante lembrar que as atividades poderão ser sincronizadas com o Strava e Google Fit, através do aplicativo Zepp. Você não pedala e não nada? Não tem problema, pois o Amazfit GTS 3 é capaz de registrar mais de 150 esportes. Quer pular corda ou jogar xadrez? Tem. Aeróbica, zumba, sapateado? Também tem. Quer praticar curling? Sim, tem também. E com os sensores embarcados, o smartwatch reconhece automaticamente 8 modalidades esportivas: corrida ao ar livre, caminhada indoor, caminhada, esteira, ciclismo ao ar livre, máquina de remo, elíptico e natação em piscina. Outro recurso comum em smartwatches e smartbands é o monitoramento de sono, e aqui o Amazfit GTS 3 não faz feio – quem faz feio sou eu, que durmo pouco. Ele avalia o sono ao longo da noite, trazendo um relatório no dia seguinte incluindo:
Estágios do sono (Sono profundo e leve, REM e acordado);Pontuação do sono;Cochilos curtos (ao longo do dia);Resumo da noite de sono;Regularidade do sono ao longo do tempo;Gráficos de comparação com usuários semelhantes.
Na pontuação do sono e resumo da noite de sono, o aplicativo Zepp traz insights para você ter um sono melhor e mais completo. Mesmo sabendo que é importante dormir uma média de 8 horas por noite, um lembrete do aplicativo sempre cai bem. Há dicas de higiene do sono para alcançar uma melhor pontuação e, consequentemente, dormir melhor durante a noite.
Bateria
A autonomia de bateria do Amazfit GTS 3 é um dos seus principais pontos para atrair compradores. Com 250 mAh, a duração máxima informada pela empresa é de 20 dias no modo de economia de bateria – que limita o funcionamento do relógio – e 12 dias no que é chamado de uso típico. Durante meu teste, a bateria durou 6 dias, que é compatível com o que a empresa chama de uso intenso. E de fato, neste período o relógio permaneceu o tempo todo no braço (removendo apenas para o banho) e foram monitorados três treinos de natação, um de pilates e três pedaladas, totalizando 590 minutos monitorando exercícios. Comparando com a duração do Galaxy Watch4, que uso diariamente, é uma diferença muito grande. O smartwatch da Samsung consegue ficar pouco mais de 1 dia longe do carregador, reduzindo ainda mais o tempo caso esteja funcionando em modo LTE. De fato, o Amazfit GTS 3 é o smartwatch ideal para quem pretende fazer um monitoramento mais contínuo de suas atividades físicas, sem precisar recorrer ao carregador – que recarrega a bateria completamente em duas horas e meia. É possível até mesmo fazer uma viagem de final de semana ou feriado deixando a base carregadora em casa. Um detalhe importante é que a duração de bateria vai variar conforme os recursos que estejam sendo utilizados. E a Amazfit soube deixar claro que recursos extras vão reduzir a autonomia: ao ligar estes recursos (como o Always on display), um aviso no relógio informa que a bateria terá sua duração reduzida.
Conclusão
O Amazfit GTS 3 encontrou um ótimo lugar entre as smartbands e os smartwatches com mais recursos. Todos os recursos de monitoramento de saúde proporcionam um ótimo nível de informações, além de insights importantes sobre desempenho em atividades físicas e sono. Se você procura um smartwatch com mais recursos além do monitoramento de saúde, este é o calcanhar de Aquiles do GTS 3. A falta de um sistema operacional como o Wear OS limita o acesso a aplicativos desenvolvidos por terceiros, que adicionam mais funcionalidades ao relógio
Especificações técnicas
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