De acordo com o Reuters, serão dois co-presidentes executivos, em vez de três, para conduzir a empresa. E eles são: Jong-Hee Han, presidente da divisão dedicada ao desenvolvimento de TVs (que permanecerá na função). Ele é a aposta da empresa para que ajude a impulsionar novos negócios e tecnologias num futuro próximo, além de tentar se afastar os rivais chineses nos mercados de smartphones e outros aparelhos eletrônicos. Além de Han, o atual presidente da empresa, Kyehyun Kyung, também será CEO e assumirá a divisão de dispositivos móveis e eletrônicos. Kyung terá sua missão será simplificar a estrutura e dar foco para a área de semicondutores, na fabricação de chips avançados. Sendo assim, o então vice-presidente, Chung Hyung-Ho, fará parte de uma “força tarefa” que vai analisar as decisões da Samsung Electronics e a afiliadas. Essa é a maior reformulação interna da sul-coreana desde 2017. A intenção dessa “dança de cadeiras” será de criar serviços conectados entre smartphones e eletrodomésticos da marca, querendo se tornar uma rival ao famoso ecossistema da Apple, mas com um escopo maior de dispositivos. Tudo isso, sem esquecer do foco no crescimento de seus negócios de chips lógicos. Além da questão mercadológica, as significativas mudanças na estrutura da gigante da tecnologia são um recado sobre a descentralização do poder dentro da Samsung após o vice-presidente, Jay Y. Lee, ter sido preso — que cumpre pena condicional em liberdade desde agosto — por tráfico de influência e suborno. As ações da Samsung subiram 1,6%, superando um aumento de 0,4% no índice de referência.
Quem são os novos líderes da Samsung?
Jong-Hee Han será o novo vice-presidente e CEO. Han liderava segmento de exibição visual (principalmente TVs), responsável por comandar o mercado de TVs de tela plana, que, durante o início dos anos 2000 impulsionavam o desempenho mercadológico da empresa. Agora, com os smartphones assumiram a dianteira dos negócios durante grande parte dos anos 2010, ele terá a função de fazer com que a sul-coreana fique no topo, apesar da forte concorrência no mercado. O atual presidente da Samsung, Kyehyun Kyung, também vai comandar a divisão de soluções de dispositivos), unidade que inclui semicondutores e demais componentes eletrônicos desenvolvidos pela fabricante. Ele foi responsável por liderar o time de design de chips de memória DRAM e flash da Samsung no passado, agora será o responsável por manter a liderança da marca também no nicho de semicondutores.
Fusão das divisões de mobile e eletrônicos
Sobre a divisão de dispositivos móveis, mesmo com a concorrência acirrada com suas rivais, sobretudo os chineses, a Samsung também manteve a tendência de crescimento em receita no terceiro trimestre de 2021. A gigante coreana registrou uma receita de cerca de 74 trilhões de won coreanos, o que dá em torno de US$ 63,1 bilhões. Os novos números representam um crescimento de 10% se comparado ao mesmo período do ano passado. Já quando se fala em lucros, a Samsung apontou um crescimento de 26% em relação ao ano passado, chegando a marca de 15,82 trilhões de won (US$ 13 bilhões). Embora ainda não tenha revelado os números, a empresa ressalta que o resultado foi obtido muito em virtude do crescimento na demanda pelos novos celulares dobráveis da marca, um setor em que a sul-coreana é destaque no mercado. A fusão das divisões de mobile e eletrônicos se mostra fundamental para o crescimento da companhia uma vez que a própria Samsung havia anunciado os resultados financeiros do segundo trimestre de 2021, no qual a empresa registrou um salto de 34% no lucro operacional em relação ao trimestre anterior, além de aumentar a receita em 20% na comparação anual. De acordo com a própria marca sul-coreana, a receita total foi de 63,67 trilhões de wons, um recorde para o segundo trimestre. Já o lucro operacional chegou a 12,57 trilhões de wons, número bastante superior ao de 2020, enquanto o lucro líquido ficou em 9,63 trilhões de wons(cerca de US$ 8,4 bilhões), 73% a mais que o obtido um ano antes. Por outro lado, ainda durante 2020, houve uma queda de lucros com o segmento móvel, que a época, foi justificada pela escassez de chips e das interrupções provocadas pela pandemia. Isso quer dizer que, com a fusão das divisões de mobile e eletrônicos, seus principais segmentos e fortalecendo a criação dos próprios chips, a empresa fica cada vez mais autossuficiente, inclusive para momentos de conturbados no mercado, como a pandemia.
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O Showmetech falou sobre o lucro da Samsung durante este ano, que aumentou em 26% no 3º trimestre. Confira tudo em nossa reportagem. Fontes: Reuters, Samsung e The Verve