Samsung sente queda de demanda na divisão de telas
No total, a Samsung fechou o trimestre com uma receita de US$ 43,7 bilhões, uma queda de 7,6% em relação ao trimestre anterior, mas que significa um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre os motivos para a queda, a Samsung citou a sazonalidade das vendas na divisão de equipamentos eletrônicos da companhia (afinal, o trimestre anterior contou com as compras para o Natal, que naturalmente causa um aumento na procura de aparelhos como TVs e smartphones), mas atribui parte da culpa nesta queda também à pandemia de COVID-19, que diminuiu a busca por alguns produtos que costumam vender bem ao longo de todo o ano. O lucro da empresa no trimestre fechou no valor de US$ 5,2 bilhões. Este valor é US$ 164 milhões maior do que o lucro no mesmo período do ano passado, mas quase meio bilhão abaixo do lucro obtido pela companhia no trimestre anterior. O relatório ainda aponta que neste período houve um aumento da procura por equipamentos da divisão de memórias da companhia, e que as vendas dos setores de smartphones, computadores e servidores se mantiveram estáveis. As maiores quedas aconteceram na divisão de telas (que fabrica telas de diversos tamanhos, usadas em smartphones e televisores de outras empresas), devido à baixa demanda vinda da China, que ficou parada praticamente dois meses por conta da pandemia de COVID-19.
Baixa procura por smartphones afeta LG
Enquanto isso, a LG finalizou o primeiro trimestre deste ano com uma receita de US$ 12,45 bilhões e um lucro operacional de US$ 921,4 milhões. Ainda que a receita da empresa tenha sido ligeiramente menor do que no mesmo período do ano passado, o lucro obtido subiu 21.1% quando comparado com o primeiro trimestre de 2019, e os 7,4% de margem do período é o maior de toda a história da LG no primeiro trimestre do ano. O maior baque para a empresa ocorreu no setor de smartphones, onde as vendas foram 34% menores quando comparadas com o primeiro trimestre do ano passado, e ela cita como o principal motivo para essa queda uma ruptura na cadeia de suprimentos causada pela paralisação das atividades industriais na China. O único setor da empresa que apresentou crescimento do período foi o de soluções corporativas, que cresceu 3,5% quando comparado com o primeiro trimestre de 2019. Isto ocorreu graças a um aumento na procura por painéis solares e produtos de TI, como os notebooks LG Gram e soluções para comunicação à distância e trabalho remoto, que tiveram um aumento de demanda por conta da pandemia do COVID-19.
Vai piorar antes de melhorar
Mas o que deve preocupar não apenas os acionistas das duas empresas, mas qualquer pessoa que está esperançosa por uma retomada econômica nos próximos meses, são as projeções para o atual trimestre (o período entre abril e junho). Isto porque tanto a Samsung quanto a LG alertam para uma queda ainda mais acentuada nas vendas, principalmente na de aparelhos como smartphones e televisores, pois estas deverão ser as áreas mais afetadas pela pandemia de COVID-19, pois não são produtos considerados como “essenciais” pelos consumidores. E, ainda que ambas as empresas esperem que a pandemia e a prolongação dos períodos de quarentena deverá causar um aumento na procura por produtos como HDs externos, notebooks e monitores, devido à necessidade das pessoas manterem a produtividade enquanto trabalham de suas casas, no geral a expectativa é de que os próximos meses serão ainda piores, já que as áreas mais afetadas pela diminuição da demanda serão aquelas onde estão os produtos principais de ambas. Até o momento, a pandemia de COVID-19 já obrigou diversas empresas a fecharem as portas, e só nos Estados Unidos o desemprego subiu de 3,5% para quase 5% da população apenas nos últimos dois meses, e as projeções são de que, caso o governo demore para liberar o auxílio prometido para pequenas empresas, essa taxa pode saltar para 16% ainda no mês de maio. Já no Brasil, a estimativa é de que a doença causou a perda do emprego para cerca de 150 mil pessoas. Fonte: Samsung, LG, Reuters, Al Jazeera, Agência Brasil